Por volta do século XII, ecoava ainda o design da joalheria bizantina: uma combinação de monumentalidade na forma com uma intrincada decoração em arabescos em filigrana de ouro, gemas ( safiras, rubis, esmeraldas , diamantes, turquesas e topázios) , pérolas e esmalte.

As jóias eram feitas na Idade Média mais por ourives do que por joalheiros, cuja profissão só foi aparecer no final do século XIV. As gemas podiam ser engastadas no ouro ou seguras mediante garras e, às vezes, eram coloridas ou recebiam uma fina camada de metal na sua parte posterior ( folheta) , para realçar a cor. A má – utilização destas técnicas ( fraudes, p.ex.), deu origem a uma legislação extremamente avançada para o século XIII. No entanto, esta legislação preocupava – se, basicamente, das pedras preciosas e , não do ouro ou da prata utilizados na confecção de uma jóia.

Os grandes centros de confecção de jóias ficavam nas cidades de Paris, Colônia e Veneza. A principal técnica decorativa da Idade Média era o esmalte , em suas sucessivas formas: cloisonné, champlevé, translúcido e en ronde bosse. Outro tipo de ornamento era o camafeu.

Com a influência do estilo gótico, já no final do século XIII surge uma leveza maior no espírito da joalheria: começou em Paris e depois alastrou-se por toda a Europa. As pesadas e redondas jóias de estilo românico são substituídas pôr um design mais angular, elegante e gracioso. Ao mesmo tempo, brincos e braceletes desaparecem, exceto no sul da Itália e na Sicília ( influência bizantina), e na Espanha, por influência moura, onde permaneceram na moda até o fim da Idade Média. Nas cabeças dos nobres aparecem as coroas. Mais leves e menos solenes eram o diadema e a grinalda, esta última também usada por burgueses ricos. O cabelo das mulheres era trançado e entrelaçado por tressoirs ( fitas ricamente decoradas em ouro e pedras preciosas). Os pesados colares do início do período medieval foram substituídos por correntes leves ou cordões que sustentavam pedantifs e também por broches, tendo os mais ricos um camafeu ao centro. Os senhores medievais também usaram cintos com fivelas e uma ponta caída ao longo do corpo, que podia ser decorado com esmalte, pedras preciosas ou pérolas e mantos cujo capuz era ajustado em torno da cabeça por fivelas e cordões finamente trabalhados em ouro e gemas.

No século XIV, novas modas aparecem na joalheria, originárias, mais uma vez, de Paris. A técnica do esmalte en ronde bosse introduziu motivos naturalísticos (animais, pássaros, flores e árvores) e românticos ( Dama de Branco, Donzela e o Unicórnio e figuras de damas nobres) na joalheria, principalmente nos broches.

No século XV , com o desenvolvimento da lapidação de gemas, as jóias passam a ser decoradas com pedras preciosas em justaposição ou pedras singulares, sendo o metal apenas uma moldura. A moldura favorita para uma pedra singular era a rosa esmaltada, no centro da qual ficava a pedra. O bracelete reaparece em 1390, usado como amuleto do amor e o colar passa a ser utilizado ou bem junto ao pescoço de uma dama ou solto nos ombros. Os homens também passam a usar colares, sendo que para estes estava associado ao prestígio de pertencer a uma das ordens da cavalaria.

A joalheria medieval, com suas pedras sem um corte preciso, é talvez a mais poética das joalherias já feitas. Tanto podia sugerir os mistérios do céu ou as delícias do jardim dos amores como a nobreza e o prestígio da cavalaria.