O Ouro
Sabe-se que o ouro foi o segundo metal descoberto pelo ser humano (o primeiro foi o cobre), cerca de 4 mil anos antes de Cristo.
Há muito que se dizer sobre o ouro, conquanto muitos fornecedores do público nada digam, achando tudo natural. É um tópico de conversa, quando um freguês porventura estiver questionando sobre uma compra, e se você não souber o que dizer. Pode também ser útil acrescentar na sua conversa que, apesar da publicidade feita quando do aumento do preço do ouro, este não é atingido pela inflação mais do que a maioria dos outros artigos do comércio.

Os Atributos Físicos do Ouro
O ouro é famoso pela sua beleza lustrosa, facilidade de ser trabalhado, raridade e virtual indestrutibilidade. No seu estado puro é extremamente denso e macio. Suas propriedades físicas tornam-no um dos mais ativos e não reativos elementos metálicos. É imune às intempéries, à água e ao oxigênio. Não mancha, não enferruja e nem sofre corrosão. Resiste a muitos ácidos e álcalis. Pode durar para sempre.

Por que o ouro é precioso
O ouro é precioso por razões eminentemente práticas. Antes de tudo, é muito difícil de se lavrar e distribuir. Depois, é escasso. Os fornecimentos recém-lavrados acham-se disponíveis apenas em pequenas quantidades incrementais. Além disso, nenhum outro material inclusive o diamante reúne as características mencionadas acima.
A humanidade deu valor ao outro desde o começo da civilização. Os antigos egípcios já moldavam artefatos de ouro desde 4 mil anos a.C. Com efeito, o ouro é o primeiro elemento mencionado no Bíblia (Gênese 2:10-12).

10 E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
11 O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;
12 e o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo

O que Faz o Ouro Ser Tão Desejado
Como metal monetário, tem sido desejado como o superior depósito de valor. Tem sido o modo natural de o homem preservar seu capital e as fontes do seu trabalho e protegê-lo da inflação monetária e da incerteza. Como mental artístico tem sido desejado como o meio por excelência da arte do joalheiro. Portanto, a qualidade de desejável do ouro funda-se nessas duas motivações humanas básicas.

Quantidade de ouro existente no mundo
Desde a alvorada da história até os tempos atuais cerca de 88 mil toneladas métricas de ouro foram lavradas e trazidas à superfície da Terra. Se todo esse ouro fosse reunido em um único local formaria um cubo de 16 metros de aresta.

Quantidade de ouro lavrada anualmente
A produção mineira da África do Sul em 1979 foi de 703 toneladas, perfazendo 73% da produção do mundo não comunista.

Quantidade de ouro existente no subsolo
Uma estimativa recente sugere que apenas 41 mil toneladas métricas permanecem no subsolo, menos da metade do que já foi trazido à superfície. Em outras palavras, os fornecimentos futuros de ouro são estritamente limitados.
Geralmente falando são precisas 3 toneladas de minério para produzir apenas uma onça (31,1 gramas) de ouro fino. Além disso, os custos de mineração de ouro vem subindo vertiginosamente nos últimos anos devido à necessidade de minas mais profundas e tecnologias mais avançadas.

Usos do ouro
O uso principal do ouro é para joalheria, odontologia, eletrônica e, naturalmente, investimento. O uso no mundo em 1979, consoante às cifras mais precisas disponíveis foi:
Jóias de ouro de alto quilate 736 t. 56,05%
Eletrônica 94 t. 7,15%
Odontologia 87 t. 6,61%
Outros custos industriais e decorativos 74 t. 5,63%
Medalhas de ouro, medalhões e falsas moedas 33 t. 2,50%
Cunhagem de moedas oficiais 290 t. 22,05%.
No ritmo atual de consumo, há suficiente ouro recém-lavrado e nas reservas oficiais para atender a procura. Se a procura continuar nesse ritmo, porém, e a preocupação de ouro permanecer constante ele poderá bem ficar em falta nos próximos anos.

O ouro e o dinheiro
É difícil para o ouro ser outra coisa que não seja dinheiro, pois ele possui os requisitos necessários de uma moeda: é portátil, acha-se disponível em várias denominações de valor, e fácil de se reconhecer e geralmente aceito. E, ainda, para o sistema mundial, até oferece certas vantagens que as moedas não oferecem. Não pode ser inflacionado imprimindo-se maior quantidade e não pode ser desvalorizado por decreto de governo. Tem sido aceito como dinheiro há mais tempo do que qualquer outra moeda no mundo.
O dinheiro em forma de papel perdeu um dos seus atributos monetários essenciais: o de atuar como depósito de valor. E à medida que isso acontecer, as pessoas estão voltando ao antigo meio que desde o início dos tempos melhor desempenhou essa função: o ouro. É que, na análise final, as pessoas no mercado é que decidem o que tem valor e o que será usado em troca de bens e serviços.

Como é fixado o preço do ouro
Duas vezes por dia, durante cinco dias na semana, em Londres representantes de cinco comerciantes de lingotes há muito estabelecidos se reúnem para “fixar” o preço local do ouro. Eles estabelecem um preço de equilíbrio em que a oferta e a procura se equilibram e a “fixação” de Londres serve de marco de referência para a maioria das transações comerciais e de investimento em ouro nos países industrializados (esses preços aparecem nos jornais ou podem ser obtidos telefonando-se para a maioria das corretoras). À medida em que a Terra gira, porém, o preço do ouro acompanha o Sol . Eis que quando o mercado de Londres fecha, abre-se o de Nova Iorque, seguindo novamente pelo de Hong Kong. Assim, o preço do ouro está em função constante e o Sol realmente nunca se põe no mercado mundial de ouro.

Ouro fino
“Fino” é um termo metalúrgico indicado a pureza do mental. O ouro com pureza 0,0995, por exemplo, contém 995 partes de ouro de 1000. O ouro com pureza 0,995 é o padrão mas comum do comércio nos mercados internacionais de metais preciosos.

Ouro de quilate
Trata-se de um padrão oficial que descreve o teor do ouro de um artigo. O outro de 24 quilates é ouro fino, e qualquer outro número de quilate é a quantidade de ouro fino em fração de 24. Por exemplo: 18 quilates conteriam 18/24 (3/4) de ouro fino. São estabelecidos padrões mínimos que diferem de país para país.

As ligas de ouro
O ouro puro (24k) raramente é usado na confecção de jóias e relógios. Ele é muito macio e deforma-se com muita facilidade por ação mecânica. Por esta razão utilizam-se ligar de ouro com outros metais a fim de melhorar suas características mecânicas.
A liga mais usual é a de 18 k, na qual entra 75% de ouro, e os restantes 25% compõe-se de prata ou cobre.
Na tabela anexa apresentam-se as principais ligas de ouro.

Folheado de banhado a ouro
Como o ouro é um metal precioso, e, portanto, caro, muitas vezes o simples recobrimento de uma peça metálica com ouro já é satisfatório, como no caso de relógios. Geralmente, o metal base é o latão, cujas propriedades mecânicas são satisfatórias.
O folheado consiste na aplicação de uma fina folha de ouro sobre o metal-base, que, por forte compressão, adere definitivamente sobre o mesmo. o próprio nome indica: folheado.
Este processo é de aplicação muito restrita: canetas, chapas e objetos planos, sem ressaltos.
O banhado a ouro consiste em mergulhar o metal-base em uma solução de sais de ouro, e ligá-lo à corrente elétrica. Ao lado dele, mergulha-se uma barra de ouro ligada ao outro pólo de corrente elétrica, que tem, nessas condições, a propriedade de transportar o ouro pelo líquido e depositá-lo sobre a peça a ser dourada.
Dependendo do tempo de douração essa camada poderá ser mais ou menos espessa. A boa douração tem espessura na ordem de 0,02 mm ou 20 microns. Peças com espessuras inferiores a 5 microns já se consideram populares e de pouca duração.
Atualmente, a maioria das peças douradas o são pelo processo aqui descrito: relógios, pulseiras, jóias de um modo geral. É claro que a boa jóia deve ter espessura de ouro maior que a bijuteria.