O fotógrafo britânico Tommy Trenchard registrou em detalhes os desafios do trabalho de exploração nas minas da fronteira entre Guiné e Mali. Os depósitos de ouro no subsolo perto da cidade de Kouremale têm atraído milhares de jovens que querem ganhar a vida com a mineração.
As condições são difíceis e perigosas. Em novembro do ano passado, uma mina desabou matando 14 pessoas. Acidentes são comuns nesses lugares. Estima-se que entre 20 mil e 40 mil crianças trabalhem em minas no Mali, muitas vezes começando quando ainda são bem novas.
O minério é escavado e retirado com uma pá de poços e túneis antes de ser transportado para outro local onde o ouro é extraído. Muitas vezes, o processo de extração envolve o uso descontrolado de mercúrio, que é altamente tóxico.
Muitos dos mineradores são migrantes que se deslocam do Mali em direção ao norte e para outros países da África Ocidental. Algumas cidades de beira de estrada agora parecem campos de refugiados, com as casas dos mineradores construída
Mulheres nas minas fazem basicamente o mesmo trabalho físico que os homens, usando marretas para quebrar as pedras, escavando a terra, e transportando baldes de cascalho.
A mina se estende por vários quilômetros quadrados de uma terra estéril e cheia de crateras. A presença dos milhares de mineradores incentivou um comércio local, com gente vendendo carne de cabra e refrigerantes, carpinteiros que fazem ferramentas e mototaxistas que transportam os trabalhadores.
Mineradores fazem uma pausa em um complexo de cavernas e túneis escavados à mão na rocha. “Esta é a minha África”, diz outro homem por perto, apontando para o poço escuro, onde seu colega escava de um buraco a terra com ouro.
No final do dia, um jovem mineiro volta para casa pelo meio da mata. Apesar dos riscos envolvidos em trabalhar ali, em um lugar que tem uma taxa tão alta de desemprego entre os jovens e onde a pobreza extrema é predominante, não falta mão de obra.