Alexandre o Grande (356 a.c.-323 a.c.), que tinha sido aluno de Aristóteles,
quando passou a reinar, conquistou as nações do Oriente e expandiu o império
Macedônico dominando o Egito, a Mesopotâmia , a Pérsia e até a India.
Consolidou o poder político na Grécia, que na ocasião era constituida de
pequenas cidade-estados, e amalgamou a cultura e os povos de seu vasto império
sob a influência da cultura grega que se difundiu extraordináriamente.
Um fluxo de informações e cultura de regiões afastadas, como a India e a China,
e deslocamento de pessoas e mercadores se estabeleceu, expandindo o horizonte do
pensamento grego.
Alexandre incentivava o casamento dos gregos com as mulheres dos povos
conquistados tendo êle mesmo casado com uma princesa oriental.
Também promovia a instalação de assentamentos gregos nas terras conquistadas.
Assim, no Egito, fundou Alexandria
no delta do Nilo, em 332 a.c., cidade que se tornou um verdadeiro centro de
confluência das culturas orientais e ocidentais, um verdadeiro caldeirão de
idéias filosóficas, científicas e religiosas, que se manteve por vários séculos,
após sua morte prematura aos 33 anos.
Os seus generais dividiram entre sí o seu vasto império, estabelecendo o sistema
de sátrapas.
O Egito coube a um de seus melhores generais, Ptolomeu, e mais tarde, a sátrapa
da Babilônia passou ao contrôle de Seleuco, outro general, que fundou uma
cidade, Seleucia.
Em 305 a.c. os sátrapas transformaram-se em reis, sendo estabelecida a dinastia
dos Ptolomeus, no Egito.
Seleuco, por sua vez constituiu um império que incluia a Asia Menor, a
Mesopotâmia e a Persia.
O reino Egípcio e o império oriental Seleucida abrigaram a cultura grega,
influenciada pelos novos povos e por novos pensamentos que surgiam e não mais
centrada no individualismo dos filósofos clássicos cujo último representante de
importância tinha sido Aristóteles.
A filosofia grega clássica, entretanto, permaneceu como um núcleo de idéias que
iluminou o caminho para o desenvolvimento social, político, religioso,
científico, filosófico e cultural do mundo ocidental perdurando até os dias
atuais.
A cidade de Alexandria sob o domínio dos Ptolomeus, que incentivavam a cultura
fundando universidades, museus e a famosa biblioteca de Alexandria, passou a
atrair pensadores, filósofos, cientístas, religiosos e tecnólogos de todo o
mundo, cujos pensamentos interagiram criando novas doutrinas, novos conceitos
mas também sendo submetida à violência e à ambição política dos impérios.
A Alquimia nasceu em Alexandria como resultado de uma almágama de idéias
filosóficas e tecnológicas provindas do oriente próximo, de filosofias da India
e do Irã, da filosofia e ciência gregas, com ênfase nas idéias de Aristóteles
sôbre a matéria e nos conceitos de Pitágoras sôbre os números.
A idéia central dos alquimistas era de que os metais comuns, cobre, chumbo,
mercúrio, estanho, ferro, eram formas impuras de metais mais nobres, como a
prata ou o mais perfeito de todos, o ouro.
A busca empírica do processo de transmutação destes metais impuros suscitou o
uso e o desenvolvimento das tecnologias já conhecidas desde a antiguidade e a
experimentação com outras novas que iam surgindo.
Procurou-se intensamente encontrar uma substância que adicionada aos metais
vulgares, mesmo em pequena quantidade, promovesse a transformação.
Esta substância mágica ficou conhecida como a "pedra filosofal" ou lapis
philosoforum, que mesmo adicionada em pequena quantidade teria a propriedade de
transformar imensas quantidades de metais vulgares no nobre ouro.
Ao lado destas idéias de conteúdo mais prático e experimental floresceu também
uma filosofia mística, mais religiosa, simbólica, cabalística e mágica, que se
nutriu das idéias da antiga Mesopotâmia, da India, da China, dos filósofos
gregos não materialístas e dos Egípcios.
Esta corrente mais mística, entretanto, prevaleceu e ganhou destaque por mais de
1000 anos, até o século XVII.
Este imenso império cultural, onde o fluxo de informações e conhecimento se
processava principalmente através das rotas dos mercadores e das caravanas, como
a Rota da Sêda, que se estendia até a China, constituiu o que denominamos de
cultura helênica.
Sua expressão mais visível e concreta se encontrava nos milhares de pergaminhos
da biblioteca de Alexandria, o grande centro cultural da época, que foi
posteriormente destruida.