Apresenta-se a seguir um histórico dos fatos para que nossos leitores possam
entender o que está ocorrendo em relação aos diamantes sintéticos, que pode
alterar rapidamente a mais lucrativa área da joalheria.
Este assunto já foi tratado em diversas newsletters:
Newsletter 2: DTC lança o Forevermark (marca d´água inclusa no diamante)
Newsletter 4: Tribunal alemão proibe o termo "Diamantes Cultivados
Newsletter 4: Gemesis se opõe a CIBJO sobre "Diamantes Cultivados"
Newsletter 26: Gemesis lança a linha de jóias de diamantes sintéticos
Notícia sem newsletter : Os diamantes sintéticos lançam sua primeira coleção
Fato 1
O setor de jóias de diamantes é o maior da indústria joalheira em todo o mundo,
movimentando vendas aproximadas de 60 bilhões de dólares por ano, sem incluir as
jóias de ouro.
Grande parte deste sucesso é devido aos investimentos de marketing da De Beers,
a principal mineradora desta pedra do mundo, com 80% da produção, controlada
pela família Oppenheimer da África do Sul.
Fato 2
A De Beers fornece a maioria de seus diamantes em formato bruto para 200
comerciantes atacadistas credenciados, conhecidos como "sightholders", que fazem
negócios entre si, localizados nas cidades de Nova Iorque, Antuérpia, Tel-Aviv,
Bombaim e Johanesburgo. No fechamento do negócio, é praxe de se saudarem,
dizendo "muzel".
Fato 3
A maioria dos diamantes provém da África, principalmente Africa do Sul, Namíbia,
Angola, Zaire, contudo hoje há minas de alta produção na Rússia, Canadá e
Austrália. A produção do Brasil é limitada.
Fato 4
A mineração dos diamantes foi e é ainda hoje (caso de Serra Leoa) a causa de
muitas guerras civis em diversos paises da África. Por isso, são chamados de
"diamantes de sangue". o que tem gerado muitas polêmicas incentivadas por ONGs
que combatem práticas impróprias de comércio, o que deixa os comerciantes dos
diamantes em situação crítica junto a opinião pública.
Fato 5
Neste meio tempo, a Gemesis, uma empresa de Sarasota, no estado de Florida,
lança os diamantes produzidos em laboratório com o mesmo DNA dos diamantes
naturais, que foram chamados de diamantes cultivados, para distingui-los dos
diamantes conhecidos como sintéticos. Com este nome, a empresa quer diferenciar
seu produto dos diamantes sintéticos usados para fins industriais. E sofreu um
processo na Alemanha por uso do nome "cultivado", considerado por juizes de
Munique como impróprio. Este processo foi solicitado a CIBJO.
Fato 6
A De Beers, para se prevenir de problemas de origem, criou em novembro do ano
passado, o programa Forevermark (uma espécie de marca d´água microscópica
impressa no próprio diamante).
Fato 7
A revista Newsweek de 3/3 informa que as máquinas da GIA não conseguem detectar
e diferenciar um diamante natural de outro cultivado. Embora a GIA desminta tal
fato, ainda persiste algumas dúvidas para determinados casos, principalmente
para o diamante fancy champagne, que obtém uma qualidade superior ao natural.
Fato 8
No 13 de abril último, a Gemesis, juntamente com a revista Harper's Bazaar,
ganha projeção ao patrocinar para Diamonds for Humanity, uma ONG dedicada a
angariar fundos para vítimas dos diamantes de sangue da África, um evento de
lançamento de jóias cultivadas no famoso Lincoln Center de Nova Iorque de Saliha
Foster, fundadora e presidente da ONG e também designer de jóias.
A revista Harper's Bazaar publicou anúncio em abril da Diamond for Humanity com
a seguinte pergunta aos consumidores: "Podem o luxo e a consciência
coexistirem?".
"Os diamantes sintéticos e canadenses usados na coleção Foster estão obviamente
livres de conflitos. Nenhum esforço é feito para explicar aos consumidores
evitarem comprar diamantes naturais de África, que realmente são fruto do
trabalho desumano dos trabalhadores em em muitas nações africanas que dependem
do comércio legitímo do diamante".
Durante o evento, mestre de cerimônias Montel Williams jorrou sua pitada de
veneno ao dizer: "Eu tenho um lote de diamantes… mas são diamantes do
sangue?".
Fato 9
Charles Meyer, vice-presidente de vendas da Gemesis, recentemente contratado,
disse que a missão da Diamonds for Humanity é completamente diferente da nossa.
"Nós não queremos tirar do bebê a água do banho", disse. "A missão específica da
Diamonds for Humanity é simplesmente fortalezer os povos africanos".
Fato 10
Tais ações estão provocando uma reação no comércio do diamante natural. Alguns
acreditam que as mensagens tendem indiretamente depreciar e colocar dúvidas
entre consumidores sobre a compra de diamantes naturais africanos, e que Foster
está usando a Diamonds for Humanity com a intenção de mentir.
Conclusão
Novos capítulos devem ser apresentados em breve. Aguardem! Afinal, estamos
falando de um mercado de US$ 60 bilhões.
Até agora, a De Beers está muda, somente a CIBJO está reagindo e os comerciantes
começaram a piar.