Cientistas das Universidades Wisconsin-Madison e Sudeste da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, descobriram uma forma de construção de novos materiais que poderá permitir a criação de substâncias que se aproximem da dureza do diamante, mas mantêm a maleabilidade do metais, facilitando o seu processamento e fabricação em qualquer formato.

Em um artigo publicado na revista Science, a cientista Izabela Szlufarska e seus colegas demonstraram que os mecanismos de precisão atômica que explicam porque as cerâmicas nanoestruturadas estão no topo da escala das substâncias mais duras hoje conhecidas, também explicam porque elas podem apresentar uma incrível e inusitada maleabilidade.

Ao contrário dos materiais muito duros, quando submetidas a uma pressão, essas cerâmicas tendem a dobrar e não a quebrar. Isto poderá permitir, por exemplo, que elas sejam feitas em moldes precisos, podendo ser utilizadas tanto em blocos de motores, quanto em próteses para o corpo humano.

Os cientistas projetaram a nova cerâmica utilizando uma massiva simulação em computadores, que ocupou 128 processadores. Mas a mesma precisão que permitiu a criação do novo material, também representa o maior desafio com que os pesquisadores agora se deparam: sua nanoestrutura deve ser fabricada com precisão na faixa de átomos e moléculas.

"Como otimizar sua estrutura é uma questão em aberto," afirma Szlufarska. Ela espera que novas simulações possam permitir o perfeito entendimento do funcionamento e da estrutura da nova cerâmica, levando a métodos que facilitem sua fabricação em escala industrial.