As primeiras gemas sintéticas, isto é, obtidas artificialmente, remontam à década de 30 do século passado; nesta época, só apresentavam interesse cientifico, pois eram demasiadamente pequenas para fins ornamentais. A. V. Verneuil desenvolveu, na mudança de século, uma síntese comercialmente explorável: o método de fusão que até é bastante utilizado. O princípio deste método é o seguinte: funde-se o material pulverizado num forno, a aproximadamente 2.000°C; as pequenas gotas caem num suporte onde se cristalizam e vão adquirindo lentamente a forma de uma pêra (boule), constituindo a chamada “pêra de fundição”. Ainda que esta não tenha superfícies cristalinas, seu interior é exatamente igual ao do cristal natural. As pedras de fundição têm 1,5 cm de espessura e vários centímetros de altura, chegando a alcançar um peso de 200 a 500 quilates. Necessitam, aproximadamente, de 4 horas para se formar. A fim de se eliminar as tensões internas as pêras são partidas com um golpe suave aplicado no sentido longitudinal.

Verneuil produziu primeiro rubis; em 1910, safiras azuis sintéticas e, posteriormente, coríndons sintéticos (chamados diamondite) amarelos, verdes e da cor da alexandrita. Adicionando-se o óxido de titânio conseguiu-se, em 1947, a criação de rubis e safiras sintéticos estrelados (astéricos) nos Estados Unidos da América. Seguindo o processo de Verneuil, tem-se conseguido obter espinélios, desde 1926. Não obstante, sua composição é algo diferente da dos espinélios naturais, e também não se conseguiu, até agora, imitar de um modo satisfatório as cores verdadeiras do espinélio. Conduto, obtêm-se boas cores para outras gemas, por exemplo, a água-marinha, a turmalina e o zircão azul. Somente a partir dos anos 40 conseguiu-se esmeralda sintética do tamanho de uma gema, apesar de as tentativas remontarem a 100 anos atrás. Os métodos são muito diversos: na Áustria, revestem-se berilos pálidos lapidados com uma cobertura de esmeralda; em 1955, nos Estados Unidos da América e na Suécia, conseguiu-se a síntese de diamantes com um método especial de alta pressão (50 000 –100 000 atm) e 1500 – 2400 1ºC; em 1970, foram sintetizados diamantes de qualidade gemológica e tamanho aproveitável. O procedimento é, entretanto, tão caro, que os diamantes sintéticos não podem competir com os naturais no comércio, pelo menos até o momento, embora sejam imprescindíveis para fins industriais. Desde 1948, existem rutilos sintéticos (titânia e diamonita, que não deve ser confundida com a diamondita ou diamondite); os rutilos sintéticos possuem uma dispersão seis vezes superior à do diamante. O cristal de rocha sintético serve apenas para finalidades técnicas, e a granada sintética para fins científicos. A produção de alexandrita sintética, opala sintética e de outras sínteses está sendo desenvolvida.

Existem gemas sintéticas que não possuem qualquer paralelo na natureza, mas que, devido às suas magníficas propriedades ópticas, são usadas como gemas. Entre estas podemos destacar a fabulita (ou diagema) – um titanato de estrôncio – e o YAG (ou diamonair, também citrolita, desde 1969 com qualidade de gema) – um aluminato de ítrio.

As chamadas pedras reconstruídas ocupam um lugar intermediário entre as sínteses e os doublets, sendo obtidas na fundição conjunta de lascas de gemas verdadeiras e têm uma importância secundária no comércio.