Mudança de cor
A cor de algumas gemas é alterada com o tempo. A ametista, o quartzo róseo e a kunzita podem tornar-se mais pálidos quando expostos diretamente à luz do sol. Geralmente, as mundanas de cor efetuadas por causas naturais não são comuns. O homem, freqüentemente, usa métodos científicos para aumentar a cor de certas gemas.
Bem conhecido é o tratamento térmico da ametista. A várias centenas de graus, a pedra violeta original torna-se amarela clara, vermelha acastanhada, verde ou branca leitosa. A maioria dos citrinos colocados à venda e todas as prasiolitas são tratados desta maneira. Cores menos atrativas podem ser usadas, com o tratamento térmico, para matizes mais desejados. Águas-marinhas esverdeadas são aquecidas até uma cor azul-marinha, turmalinas que são escuras demais podem ser clareadas, e turmalinas azuis podem tornar-se verdes. Aquecendo-se a variedade castanho-avermelhada de zircão (jacinto), ela torna-se incolor como um diamante, ou azul como uma água-marinha.
As cores também podem ser melhoradas com o tratamento pelos raios X e rádio, e mais recentemente, pelo bombardeamento com elétrons em um acelerador ou com nêutrons e um reator atômico. As cores resultantes são algumas vezes tão próximas à natural que elas não podem ser detectadas a olho nu; são necessários ensaios complicados para desmascará-las. Algumas dessas cores resultantes não são permanentes: as pedras podem tornar-se pálidas, mudar de cor ou tornar-se manchadas. No caso de gemas porosas, por exemplo, lápis-lazúli, turquesa, pérolas e ágata, as cores são melhoradas com a adição de um pigmento. O método de tingir pedras é uma prática muito antiga.
Todas as gemas com mudanças de cor artificiais – com exceção de pedras tratadas com calor e ágatas tingidas – têm que ser marcadas como tais quando oferecidas à venda.
Tipos e formas de lapidação
Não existe uma regra geral válida para as diversas lapidações. Não obstante, podem-se distinguir três grupos, chamados tipos de lapidação: em facetas, lisa e mista.
A lapidação em facetas é utilizada quase que exclusivamente nas gemas transparentes. As numerosas e pequenas superfícies lisas dão à pedra um maior brilho e freqüentemente também um jogo de cor. A maioria das lapidações em facetas podem reunir-se em duas formas básicas: na lapidação brilhante e em degraus ou lapidação esmeralda. A lapidação lisa pode ser plana ou convexa (em cabochão). É apropriada para a ágata e outras gemas opacas. Na lapidação mista compreendem-se duas variedades: a parte superior lisa e a inferior em facetas, ou o inverso.
Lapidação brilhante. Possui menos 32 facetas e a mesa na parte superior, e pelo menos 24 facetas na parte inferior. É também conhecida como lapidação diamante porque foi criada especialmente para ele. A denominação abreviada de brilhante só é permitida para o diamante; todas as demais gemas lapidadas em brilhante devem ser indicadas sempre com o nome do mineral citado (por exemplo, zircão com lapidação brilhante).
Lapidação em oito facetas (8/8). Além da mesa possuir 8 facetas na parte superior e outras 8 na parte inferior. É utilizada nos diamantes, menos naqueles em que não é possível ou não vale a penas a lapidação brilhante. É possível lapidar-se mais de 300 pedras, às vezes, até 500, por quilate.
Rosa (roseta). Lapidação em facetas, sem mesa e sem a parte inferior, comportando diferentes variações segundo o número e disposição das facetas. Atualmente, quase não se utiliza devido ao pouco brilho que propicia.
Lapidação em degraus. Tipo simples de lapidação em facetas utilizando especialmente para gemas coloridas. Consiste em várias facetas de bordas paralelas sendo que o declive das facetas aumenta à medida em que se aproximam da rondista (cintura). O número de facetas é geralmente maior na parte inferior.
Lapidação cruzada ou em tesoura. Variedade da lapidação em degraus. As facetas ficam subdivididas pela “tesoura” em quatro facetas.
Lapidação Ceilão. Tem um grande número de facetas, numa tentativa de aproveitas melhor o peso bruto da pedra, o que resulta freqüentemente em um trabalho assimétrico, fazendo com que a pedra precise ser relapidada.
Lapidação esmeralda. Lapidação em degraus com contorno octogonal; usada especialmente para esmeraldas, mas também para outras gemas, bem como para os diamantes.
Lapidação mesa (plana). Tipo mais simples de lapidação em degraus; a parte superior é muito plana para favorecer uma grande mesa.
Cabochão. É o principal representante da lapidação lisa. A parte superior é lapidada de forma arredondada, e a inferior para dentro (cabochão oco), para clarear os tons. O nome provém de usa forma arredondada (do francês, caboche: prego de cabeça grande).
Formas de lapidação. Para cada um dos tipos de lapidação existe uma série de formas: redonda, esférica, ovalada, antiga (quadrangular ou retangular com bordas arredondadas), triangular, quadrática, hexagonal, baguette (retangular alongada), trapezoidal, french-cut (contorno e mesa quadrática), facetas triangulares, pendeloque (pêra ou gota), navette ou marquesa (elíptica apontada), pampel (em forma de gota alongada), briolette (forma de pêra com linhas de facetas que se cruzam).