O tamanho das pérolas oscila entre o de uma cabeça de alfinete e o de um ovo de pomba. A maior pérola encontrada pela 450 quilates (1800 grãos) e está no museu de South Kensington (Londres).
O brilho da pérola é chamado oriente pelos entendidos e é devido ao ordenamento imbricado das lamelas de aragonita e às membranas de conchiolina próximas da superfície da pérola. Esta constituição é também a causadora de fenômenos de difração da luz e das cores do arco-íris, relacionadas com estes fenômenos, que podem se observar nas pérolas.
A conchiolina é uma substância orgânica, estando sujeita a modificações, sobretudo no caso de dissecação. Isto pode conduzir a um “envelhecimento” e limitar assim sua vida; vão se tornando mates, aparecem rachaduras e vão perdendo a casaca. Não é possível garantir a vida de uma pérola por tempo determinado; estima-se que ela possa alcançar de 100 a 150 anos. Existem, contudo, exemplares de várias centenas de anos que possuem uma boa aparência. O cuidado contribui para sua conservação. Tanto uma sequidão, como uma umidade elevada lhe são prejudiciais. As pérolas são muito sensíveis aos ácidos, suor, cosméticos e laquê.
As pérolas são formadas em moluscos marinhos semelhantes às ostras, em outros de água-doce e, às vezes, em alguns caracóis. Elas se originam como resultado de uma reação contra corpos estranhos que penetram entre a concha e o manto ou dentro do manto. A capa externa desse manto, o epitélio, forma normalmente a concha mediante excreções de nácar, mas no caso mencionado acima, ela recobre também todos os corpos estranhos que se encontram nessa zona. Um encapuzamento desse tipo produz uma pérola.
Se a pérola se origina como um crescimento verrugoso na face interna da concha, então terá que se separar; sua forma é, portanto, semi-esférica quando extraída – é a denominada pérola blister (em inglês, “ampola”). Às vezes, no comércio, costuma-se unir duas partes semelhantes para formar uma pérola esférica. Se o corpo estranho alcançar o interior do manto, o tecido conjuntivo, provoca uma espécie de resposta imunizadora do molusco e se estabelece uma pérola livre, isto é, uma pérola esférica. O epitélio, por divisão celular, rodeia rapidamente o corpo estranho que introduziu no tecido conjuntivo, e o isola na forma de uma pérola esférica mediante a excreção do nácar. Como se sabe atualmente, o epitélio pode originar também uma pérola sem a necessidade de um corpo estranho; basta que uma parte dele passe, por qualquer motivo (por exemplo, por uma lesão sofrida extremamente), ao tecido conjuntivo do manto.
Os moluscos perlíferos vivem em “bancos” compridos, perto d costa, a uns 15m de profundidade. Seu diâmetro é de 8cm e alcança uma idade de 13 anos. As melhores qualidades encontradas no Golfo Pérsico (róseas e branco-cremosas), onde, já na Antiguidade, eram procuradas pérolas. Devido a este lugar, todas as pérolas marinhas naturais são denominadas no comércio como pérolas do Oriente, sem levar em consideração sua verdadeira origem. Há muito tempo também são encontradas pérolas no Golfo de Manaar (entre a Índia e Sri Lanka), são de cores róseas ou amarelas tênues; geralmente são pequenas (as chamadas pérolas-sementes). Outros lugares de importância econômica na pesca da pérola são as costas da América Central e as da Austrália setentrional. A pesca dos moluscos perlíferos é realizada por mergulhadores, de preferência mulheres. Somente 1 em cada 30 ou 40 moluscos proporcionam uma pérola. Em 1958, em Siri Lanka, foi experimentada a pesca com a utilização de redes; as conseqüências foram desastrosas porque quase foram exterminados os moluscos mais jovens.
Dentre os gasterópodos que proporcionaram pérolas o mais conhecido é o Strombus gigas. Suas pérolas (chamadas pérolas de concha ou róseas) são de um brilho sedoso e semelhantes à porcelana; não é muito importante no comércio. Igualmente, de pouco peso econômico é a extração de pérolas em rios (pérolas de água doce); raramente são de boa qualidade. São encontrados moluscos perlíferos de água doce nas latitudes temperadas; nos países escandinavos eles estão protegidos por leis que defendem a natureza.
Na Idade Média tinha certa importância a obtenção de pérolas nos rios dos montes Metálicos, Fichtel, selvas bávaras e da Boêmia, assim como nos das charnecas de Luneburg; nestes locais a contaminação das águas terminou amplamente com os moluscos perlíferos.